quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Open Source? O que é isso?


         O termo Open Source começou a ser utilizado na década de 80 por alguns programadores para identificar seus programas de software livre, receosos de que o termo “livre” pudesse ser associado à ideia de que, por ser um software gratuito ou de baixo custo, seria de baixa qualidade e sem qualquer tipo de suporte, gerando, assim, uma rejeição por parte das pessoas pouco familiarizadas com a filosofia do software livre ou por parte das grandes empresas, que começavam a demonstrar interesse por esse tipo de produto.
     Open Source é um termo da língua inglesa, que traduzido ao pé da letra significa "fonte aberta", referindo, assim, ao "código-fonte aberto".
     Algumas organizações e diversos fãs do software livre não aceitam muito o uso do termo Open Source, pois acreditam que ele não expressa claramente a importância da liberdade, que está na base desse movimento. 


 
 
     Então, Open Source nada mais é do que um outro nome dado ao Software Livre.
    Segundo Richard Stallman, uma das comunidades históricas mais ativas no compartilhamento de software teria sido a do laboratório do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Dessa experiência pioneira foram extraídos os elementos para a composição do manifesto da economia de software livre, o Manifesto GNU.
Esse manifesto, escrito por Stallman, deu origem a uma nova proposta de produção, distribuição e utilização de programas de computador baseada na liberdade e colaboração.
 
     Software Livre refere-se a quatro tipos de liberdade para os usuários:
 
Liberdade nº 0 - a liberdade de executar o programa para qualquer propósito;
 
Liberdade nº 1 - a liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo para as suas necessidades; o acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade;
 
Liberdade nº 2 - a liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo;
 
Liberdade nº 3 - a liberdade de aperfeiçoar o programa e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie; o acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.
 
     A partir dos estudos relativos ao software livre na disciplina EDC 287, pude compreender a lógica cruel e capitalista embutida na venda de software proprietário. Você compra, na verdade, a licença para o uso do software, mas não lhe é permitido o acesso ao código-fonte. Então, é preciso sempre renovar a licença de uso desse software enquanto houver a necessidade de sua utilização. Ou seja, você continuará "sempre" pagando pelo mesmo produto, continuará sempre dependente, porque lhe foi concedida apenas a licença para o seu uso.
 
 
Referências:


FERRARI, Fabrício Augusto. Curso Prático de Linux. São Paulo: Digerati Books, 2007, 128p.

MURILLO, Luis Felipe Rosado. Tecnologia, Política e Cultura na Comunidade Brasileira de Software Livre e de Código Aberto. In: Do regime de propriedade intelectual: estudos antropológicos (organizado por Ondina Fachel e Rebec Hennemann Vergara de Souza). Porto Alegre: Tomo Editorial, 2010, 288p.

www.google.com.br

http://www.opensource.org/

http://www.gnu.org/philosophyfree-software-for-freedom.html

O que é uma "distribuição" do Linux?

     O Linux, como qualquer outro sistema operacional, é composto por um conjunto de programas e comandos que precisam ser organizados, testados e atualizados de acordo com as novas exigências que vão surgindo, gerando uma nova versão ou distribuição.
     Ele pode ser encontrado em diversas distribuições recomendadas para uso em servidores, como Debian, Red Hat, Fedora, Mandrake e Slackware, e poucas destinadas aos usuários domésticos, a exemplo do Kurumin.






 

Kurumin: é uma distribuição brasileira do Linux, baseada no Debian, que roda diretamente a partir do CD (Live CD). É ideal para quem deseja testar uma distribuição Linux. Caso goste, pode ser instalada diretamente no disco rígido.


 
  
                                            
 
 
 
Ubuntu: é uma distribuição do Linux originada na África do Sul.
 

 
Conectiva: é uma das versões brasileiras mais utilizadas no país e na América Latina.
 
 


SuSE: tem como foco principal os usuários domésticos, com instalador fácil de utilizar, chat, fotografia digital, multimídia, editores de textos, redes e desenvolvimento. Alguns dos seus aplicativos mais conhecidos são o Firefox e o Oppen Office.org.




 
   
Debian: é uma das poucas distribuições que não são mantidas por uma empresa. É completamente desenvolvido por voluntários e estudantes universitários.
 


 

Mandrake: é a versão preferida e mais indicada para iniciantes. Baseada no Red Hat, diferencia-se das outras distribuições por ter suas próprias ferramentas de configuração, como Harddrake, para configuração de dispositivos, DrakX, para configuração de vídeo, e DrakFont, para buscar fontes do Windows.



 
 
 

 
Slackware: é muito usada por profissionais experientes no uso do Linux, é praticamente todo configurado em modo texto.
 
 

     Algumas dessas versões do Linux nós utilizamos no nosso dia a dia, como por exemplo, na universidade, em algumas escolas públicas e em órgãos governamentais, sem fazer ideia de que se trata de software livre.
 
Referências:
 
 
FERRARI, Fabrício Augusto. Curso Prático de Linux. São Paulo: Digerati Books, 2007.
 

domingo, 8 de setembro de 2013

O que é o Linux?


Há alguns anos, me inscrevi num concurso público e um dos conteúdos presentes no Edital era o Linux. Os candidatos à vaga do referido concurso deveriam ter o conhecimento do Linux, e isso seria exigido na prova. Foi quando me deparei pela primeira vez com essa palavra. Então, comprei alguns livros e revistas que pudessem me esclarecer sobre o assunto.
 
 Afinal, o que é o Linux?
 
     Vou tentar explicar o que compreendi e compartilhar, assim, um pouco do conhecimento que adquiri com essas leituras.
     Linux é um sistema operacional, ou seja, um programa cuja função é fazer com que o nosso computador esteja em condições de operar.
     O sistema operacional mais utilizado e, por isso mesmo, o mais conhecido do mundo é o Windows, da Microsoft.
     “O Linux surgiu como uma alternativa mais econômica (... e mais confiável, de acordo com os seguidores desse sistema) para o gerenciamento de computadores domésticos e, também, dos grandes servidores corporativos”. Ele um dos sistemas operacionais pertencentes ao movimento mundial para a distribuição de “software livre”.
     Enquanto a grande maioria dos programadores e desenvolvedores realizam pesquisas para a produção de programas proprietários, vendidos e distribuídos por grandes corporações como a Microsoft a Symantech, a Adobe e outras, sendo praticamente impossível sua modificação e compartilhamento, o Linux e outros softwares livres são produtos desenvolvidos por um grupo de pessoas que compartilham o resultado de seu trabalho para que todos possam utilizá-los, examiná-los, aprimorá-los e, também, compartilhá-los livremente.


Como nasceu o Linux?

     “Tudo começou com o Unix, que foi, de fato, o pai do Linux. Entretanto o sistema que deu origem ao Linux não é o mesmo que conhecemos hoje, pois o Unix era disponibilizado em diversas versões, e, entre elas, uma (o Linux) se tornou a mais famosa.”
     O sistema Unix e seu respectivo software foram criados nos Bell Labs,  no final da década de 1960,  por um grupo de programadores, dentre eles Ken Thompson, Dennis Ritchie e Brian Kerninghan.


Essas imagens mostram Brian Kerninghan, Denis Ritchie e Ken Thompson em seu ambiente de trabalho naquela época. Os computadores eram enormes; às vezes, ocupavam uma sala inteira!

 
 
     “O nome Unix, que originariamente era escrito ‘Unics’ é dado pela abreviação das palavras Uniplex Information and Computig System; o nome UNIX, escrito em maiúsculas e com o ‘x’, foi dado pela AT&T à sua própria versão do sistema original e acabou se tornando o padrão que identifica quase todos os sistemas operacionais do tipo Unix.”

    
     Esse vídeo conta a história do Unix, nos primórdios do desenvolvimento da computação, com depoimentos dos seus criadores.

 
 

     Inicialmente, qualquer pessoa que estivesse interessada nesse sistema podia pedir aos Bell Labs uma fita com o software e os manuais impressos por um preço muito baixo, um valor simbólico; por não se tratar de software proprietário, cada programador podia alterar o código-fonte para ampliar e personalizar o sistema com base em suas necessidades (praticamente o que acontece ainda hoje com o Linux).
       Após a cessão do UNIX à AT&T, seu código-fonte  tonou-se proprietário, dando origem ao AT&T UNIX: "Seu preço era bastante alto e o código-fonte não mais era fornecido junto ao software." A partir daí, várias empresas passaram  a apostar na venda de software proprietário.
     Em meados da década de 1980, Richard Stallman, indo contra essa tendência da época, criou o projeto GNU com o objetivo de desenvolver um novo sistema operacional do tipo Unix, cujo código-fonte pudesse ser distribuído e alterado livremente. Stallamn é considerado o pai do movimento software livre.
    Foi ele que, em 1984, escreveu e publicou o Manifesto GNU, dando origem a uma nova proposta de produção, distribuição e utilização de programas de computador.
     De acordo com MURILLO (2010, p.77), no Manifesto, Stallman "descrevia um cenário de crescente avanço na comercialização de software com a subsequente criação de impedimentos legais para o funcionamento de uma economia do dom entre programadores e propunha uma nova economia cujo meio circulante fosse a informação a ser manipulada livre e colaborativamente, Alguns anos mais tarde, com a elaboração da licença General Public License (GPL), batizada e popularizada como Copyleft, instituiu-se legalmente a obrigatoriedade (moral) do compartilhamento e a negação de qualquer tipo de aprisionamento da informação e de seus usuários - a injunção ao compartilhamento através de um instrumento jurídico - uma licença de software em constante debate e revisão."
     "Segundo a opinião comum, o Linux representa a realização dos ideais de software livre originários do projeto GNU. A licença do software desse projeto permitia a qualquer pessoa copiar, distribuir e alterar sua cópia do programa, detendo, assim, a liberdade total de personalizar seu sistema, gerando uma variação ou "distribuição" dele.
     No início da década de 1990, um estudante finlandês de Ciências da Computação chamado Linus Torvalds realizou algumas alterações no código-fonte do Minix, um sistema operacional do tipo Linux. Ele aprimorou o componente principal do Minix, chamado Kernel (também conhecido como núcleo), escrevendo um completamente novo.
     Em 1991, Linus Torvalds publicou na internet a primeira versão deste novo sistema, dando a ela o nome Linux, que é a fusão do nome Linus com o nome do sistema Minix. Para publicar o Linux, Torvalds utilizou a licença copyleft originada pelo projeto GNU, a GNU - GPL. Assim, o Linux resultou em um software que podia ser copiado, utilizado e modificado livremente, com uma única condição: essa liberdade deveria ser estendida a todas as versões derivadas. Para tornar o Linux mais popular, ele utilizou a internet para pedir o apoio de todos os programadores que tivessem interesse em aceitar a filosofia do software livre. Milhares de programadores espalhados pelo mundo aderiram a esse projeto, passando a contribuir para o crescimento do Linux e de uma série de aplicativos, também gratuitos.


Esses são Richard Stallman e Linus Torvalds.

 
 
 
 



 







   "Atualmente, o Linux alcançou uma extensão tão grande que as distribuições disponíveis constituem sistemas operacionais completos, modernos, confiáveis e, o mais importante, práticos."
     Assisti a um vídeo no youtube no qual Linus Torvalds, em entrevista num programa da Rede Globo, fala sobre sua trajetória como desenvolvedor de software livre. (Não consegui baixar o vídeo, acho que há restrição da emissora para downloads. Vou continuar tentando!)
     Achei incrível a simplicidade do Linus quando disse que sua intenção, ao desenvolver o Linux, não era mudar o mundo; que ele apenas gostava de computadores! Ele também diz que não conhece pessoalmente a maioria dos programadores que também contribuem para o desenvolvimento de softwares livres, beneficiando, assim a humanidade.
     Fiquei pensando na grandiosidade e no alcance das ações dessas pessoas, muitas das quais trabalham no anonimato. Trata-se de colaboração, de não "aprisionar" o conhecimento e a informação, e utilizá-los em benefício de muitos.
     Imaginem países pobres, ou mesmo em  desenvolvimento como o Brasil, ficarem dependentes de softwares proprietários, que são comercializados, em sua maioria e em grande escala, por empresas americanas, quando poderiam investir no desenvolvimento de sua própria tecnologia, a partir da utilização de software livre? 
      Imaginem manter toda uma estrutura de governo (como ministérios, secretarias, bancos, hospitais, escolas públicas etc., que necessitam da utilização de computadores para o seu funcionamento!) com a utilização de software proprietário, a um custo alto, quando existem softwares livres, muitos dos quais são gratuitos ou com um custo mais baixo?  
     Pensem no investimento que poderia ser feito em áreas como a saúde e a educação apenas com a economia na compra de programas de software livre! 
     Fiquei fã do Software Livre!

 
Referências:

FERRARI, Fabrício Augusto. Curso Prático de Linux. São Paulo: Digerati Books, 2007, p.8-15.

MURILLO, Luis Felipe Rosado. Tecnologia, Política e Cultura na Comunidade Brasileira de Software Livre e de Código Aberto. In: Do regime de propriedade intelectual: estudos antropológicos (organizado por Ondina Fachel e Rebec Hennemann Vergara de Souza). Porto Alegre: Tomo Editorial, 2010, 288p.