Há quem diga que, no mundo atual, em plena era das modernas tecnologias, o rádio perdeu seu espaço como um dos mais importantes meios de comunicação. Mas creio que é um engano pensar dessa forma, pois no Brasil, um país de dimensões continentais e diversas realidades sociais, nem todas as pessoas de todas as partes do país têm acesso a essas modernas tecnologias.
Então, o rádio continua tendo seu espaço
no dia-a-dia da população brasileira, pincipalmente por ser um meio de
comunicação bastante democrático. Ele atinge pessoas de todas as classes
sociais, tendo um público variado formado por donas de casa, empregadas
domésticas, caminhoneiros, aposentados, taxistas, porteiros, empresários,
executivos, mas também desempregados e analfabetos, dentre outros.
O rádio oferece uma programação variada
que inclui, além da reprodução de músicas, a transmissão de notícias, a
prestação de serviços à comunidade através de avisos, recados, divulgação de
eventos, entrevistas e programas educativos.
As rádios existentes no Brasil (quase
todas) até 1930 eram clubes, associações ou sociedades sustentadas pelos
ouvintes que pagavam uma mensalidade para cada "clube" produzir e
emitir, no ar, suas programações.
Nenhuma emissora ficava mais do que quatro horas seguidas no ar. Era como se evitava o superaquecimento dos transmissores. Na época, existiam poucos aparelhos receptores. Os equipamentos custavam caro e eram importados da Europa e dos Estados Unidos. Esta é uma das razões por que o rádio, em seu começo, não era considerado um meio de comunicação popular. Além disso, a programação refletia o gosto da elite da época, colocando no ar óperas e conferências - algumasem língua estrangeira. Estas
foram as principais atrações durante toda a década de 20 em nossas rádios.
Nenhuma emissora ficava mais do que quatro horas seguidas no ar. Era como se evitava o superaquecimento dos transmissores. Na época, existiam poucos aparelhos receptores. Os equipamentos custavam caro e eram importados da Europa e dos Estados Unidos. Esta é uma das razões por que o rádio, em seu começo, não era considerado um meio de comunicação popular. Além disso, a programação refletia o gosto da elite da época, colocando no ar óperas e conferências - algumas
A primeira emissão radiofônica realizada no Brasil
aconteceu no dia 6 de abril de 1919, através da Rádio Clube de Pernambuco,
fundada no Recife por Oscar Moreira Pinto.
Três anos mais tarde, um serviço de
"rádio-telefone com alto-falantes" transmitia o discurso do então
presidente Epitácio Pessoa, no Rio de Janeiro, durante as comemorações do
Centenário da Independência do Brasil, no dia 7 de setembro de 1922.
No dia 20 de abril de 1923 começou a
funcionar a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a atual Rádio MEC. Criada por
Roquette Pinto e Henrique Moritze, tinha como objetivo "lutar pela cultura
dos que vivem em nossa terra."
Edgar Roquete Pinto, considerado o "pai da radiodifusão" no Brasil.
Henry Moritze
A Rádio Sociedade, do Rio de Janeiro, deu início à história do rádio educativo brasileiro. As transmissões educativas eram a base da programação da emissora, que transmitia cursos de línguas, geografia, história, física, química, palestras científicas e momentos literários infantis.
Em 1932, o Decreto nº 21.111, de 1º de
março, que regulamentou o Decreto nº 20.047, de maio de 1931, primeiro diploma
legal sobre a radiodifusão, define o rádio como "serviço de interesse
nacional e de finalidade educativa". No mesmo ano, o Decreto nº 21.111,
autoriza a veiculação de propaganda pelo rádio, tendo limitado sua
manifestação, inicialmente, a 10% da programação.
A Rádio Escola Municipal,
do Rio de Janeiro, também criada por Roquette Pinto, em 1934, começou a moldar a
educação radiofônica no Brasil com o envio de lições e trabalhos pelo correio.
Os alunos inscritos nos cursos mantinham contato por cartas, telefone ou através
de visitas. Em 1941, o número de trabalhos recebidos pela emissora passou de
vinte mil. Devido a essa grande demanda, a rádio alterou sua proposta original
e o próprio nome, passando a chamar-se Rádio Difusora, pois adquiriu a função
de difusora educativa e cultural.
Em 1935, a Rádio Jornal do Brasil, do Rio
de Janeiro, cria vários programas de notícias.
Em 1936 é criada a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que foi a primeira em
audiência por mais de vinte anos.
Em 1938, inaugurou-se o programa "A Hora do Brasil". No ano de 1941, surge o Repórter Esso, criado pela Rádio
Nacional, durante a II Guerra Mundial. O programa ficou no ar até 1968.
Em 1940, o Decreto Lei nº 2.073, do
presidente da República Getúlio Vargas, criou as Empresas Incorporadas ao
Patrimônio da União que, entre outras, encampou a Rádio Nacional, de propriedade
do grupo A Noite.
É criado o Grande Jornal Falado Tupi, da
Rádio Tupi, de São Paulo, em 1942. A Rádio Nacional do Rio de Janeiro leva ao
ar a primeira radionovela: "Em busca da felicidade".
Encontrei no Youtube a transmissão do último capítulo da radionovela citada acima. Ouçam!
É isso mesmo! Não tem imagem! Na época das radionovelas exercitava-se muito a imaginação!
Muitos artistas como Glória Meneses, Tarcísio Meira e Paulo Gracindo, Chico Anísio, Lima Duarte, Cauby Peixoto, dentre outros, que conhecemos através das novelas e dos programas das redes de televisão, iniciaram suas carreiras no rádio.
Encontrei no Youtube a transmissão do último capítulo da radionovela citada acima. Ouçam!
Muitos artistas como Glória Meneses, Tarcísio Meira e Paulo Gracindo, Chico Anísio, Lima Duarte, Cauby Peixoto, dentre outros, que conhecemos através das novelas e dos programas das redes de televisão, iniciaram suas carreiras no rádio.
Em 1947, foi criada a "Universidade do Ar", uma parceria entre o SENAC, SESC e emissoras associadas de São Paulo,
com o objetivo de oferecer cursos comerciais radiofônicos. Os programas eram
gravados em discos de vinil e repassados às emissoras que retransmitiam as
aulas três vezes por semana, nos chamados radiopostos. Nos dias alternados, os
alunos estudavam por meio de apostilas e faziam as correções dos exercícios com
o auxílio dos monitores. Estima-se que, na década de 50, esses programas
atingiram 318 localidades e 80 mil alunos.
Esses programas foram precursores do modelo
de Educação à Distância que vemos nos dias atuais.
Pois é! A fórmula da EAD é antiga. A
novidade fica por conta das ferramentas utilizadas para que essa educação seja
cada vez mais eficiente. Na EAD, atualmente, são utilizadas as potencialidades de
todos os veículos de comunicação disponíveis e capazes de levar a formação pedagógica
a lugares onde o investimento na educação presencial é precário.
A educação presencial demanda investimento e gastos na
infraestrutura, ou seja, na construção de prédios adequados, na compra de
equipamentos e materiais didáticos, dentre outros. A educação à distância é um
meio mais econômico de levar educação a lugares remotos e atingindo um número
muito grande de pessoas, democratizando, assim, o acesso ao ensino.
Essas figuras ilustram a Educação à Distância moderna, com uso de computadores e satélites. É possível acompanhar as aulas até por celular! Não é incrível a tecnologia?!
Referências: